Caso Vitória: o que é stalker, hipótese da polícia para suspeito após achar foto de faca e arma

Após uma análise pericial no celular de Maicol Antônio Sales dos Santos, principal suspeito do assassinato de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em Cajamar (SP), a polícia acredita que ele é um stalker e que o crime foi planejado com meses de antecedência. A hipótese ganhou força após arquivos recuperados do aparelho mostrarem que o suspeito guardava muitas imagens da adolescente, além de ter enviado fotos de facas e armas para ela.

Evidências encontradas no celular de Maicol reforçam a hipótese de que ele era um <em>stalker</em> de Vitória - Foto: Reprodução/ND

Evidências encontradas no celular de Maicol reforçam a hipótese de que ele era um stalker de Vitória – Foto: Reprodução/ND

Além das fotos de Vitória, Maicol também armazenava, em sua galeria, imagens de outras garotas com características físicas semelhantes. Os investigadores acreditam que ele era obcecado pela jovem.

O que é um stalker?

O termo vem do inglês stalking, um termo que significa “perseguição insistente”. Essa é uma forma de violência que envolve emprego de táticas de perseguição contra uma vítima, resultando em dano à sua integridade psicológica e emocional e podendo chegar até à restrição da liberdade de locomoção ou lesão à reputação.

No Brasil, ser um stalker é crime tipificado, previsto no artigo 147-A do Código Penal. A pena é de seis meses a dois anos, além de multa. Se for cometido contra uma mulher e/ou houver emprego de arma, a pena pode ser aumentada.

Por que Maicol seria um stalker, segundo a investigação da polícia?

Ao analisar o histórico do telefone de Maicol, que foi apreendido para perícia, os investigadores encontraram mensagens apagadas de conversas dele com Vitória. Com a ajuda de um software israelense de tecnologia forense, os arquivos apagados foram restaurados.

Entre eles, estavam duas fotos de Maicol: uma segurando um revólver e outra segurando uma adaga, ambas intencionadas para Vitória. A perícia aponta que as ameaças eram feitas, pelo menos, há nove meses, mostrando que o stalker teria planejado o assassinato com antecedência.

Arquivos recuperados no celular de Maicol mostram ele segurando uma adaga para ameaçar Vitória - Reprodução/ND

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Arquivos recuperados no celular de Maicol mostram ele segurando uma adaga para ameaçar Vitória – Reprodução/ND

Maicol também fotografou um revólver para enviar para a adolescente - Reprodução/ND

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Maicol também fotografou um revólver para enviar para a adolescente – Reprodução/ND

Vitória postou um story saindo do trabalho na noite em que desapareceu - Reprodução/ND

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Vitória postou um story saindo do trabalho na noite em que desapareceu – Reprodução/ND

Vitória postou story da sua localização no dia em que sumiu

Às 23h21 do dia 26 de fevereiro, Vitória postou um story em seu perfil no Instagram com uma foto no ponto de ônibus próximo ao shopping onde trabalhava. “Bora pra casa que amanhã tem mais”, dizia na legenda.

Maicol estava bloqueado do perfil de Vitória, mas a polícia acredita que ele usava um perfil fake para vigiar a rotina da jovem. Uma das hipóteses é que, ao ver o story, ele soube a localização dela naquele momento.

Corpo da adolescente foi encontrado no dia 5 de março, a 5 km de casa - Reprodução/ND

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Corpo da adolescente foi encontrado no dia 5 de março, a 5 km de casa – Reprodução/ND

Vitória Regina ficou desaparecida por uma semana - Reprodução/ND

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Vitória Regina ficou desaparecida por uma semana – Reprodução/ND

Familiares conseguiram reconhecer adolescente pelo piercing e tatuagens - Reprodução/ND

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Familiares conseguiram reconhecer adolescente pelo piercing e tatuagens – Reprodução/ND

Justiça decretou prisão temporária de Maicol, principal suspeito do assassinato - Reprodução/ND

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Justiça decretou prisão temporária de Maicol, principal suspeito do assassinato – Reprodução/ND

Com as evidências das ameaças feitas nos últimos meses, as fotos armazenadas da adolescente e o perfil falso para inspecioná-la, a hipótese de que Maicol seria um stalker ganhou força na investigação. “Tem que ser realizada uma análise, os comparativos e os confrontos técnicos para saber se ele realmente estava stalkeando e se tem uma relação com o crime”, pontuou o perito forense Danilo Peleje ao Balanço Geral SP.

Além do celular de Maicol, outros dez aparelhos de suspeitos envolvidos no crime foram apreendidos e estão sob análise. Destalhes sobre a real motivação do crime ainda são investigados.

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