Mistério em SC: crânio de jovem identificado após 7 anos pode revelar duplo homicídio

A recente identificação de um crânio encontrado em 2019 revelou um novo capítulo de um caso que até então parecia sem respostas: o desaparecimento de Jaqueline Dall’Acqua Rodrigues, de 23 anos, ocorrido em 2018, em Guatambu, no Oeste de Santa Catarina. A confirmação aponta para um possível duplo homicídio.

Mistério em SC: crânio de jovem identificado após 7 anos pode revelar duplo homicídio

A ossada de Jaqueline foi localizada em meio a uma plantação de erva-mate próximo de Guatambu e aponta para um duplo homicídio – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND

A descoberta do crânio, localizado em uma plantação de erva-mate perto de Guatambu, reabriu a investigação sobre um possível duplo homicídio, ligando-o ao assassinato de Francieli Rodrigues, de 15 anos, que também desapareceu no mesmo dia, 12 de maio de 2018.

As informações foram detalhadas em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (13) pelos delegados Rodrigo Moura e Marcelo Fernando Teske, com o perito da Polícia Científica, Felipe Braga.

O desaparecimento das duas jovens e a suspeita de duplo homicídio

Tudo começou no dia 12 de maio de 2018, quando Francieli Rodrigues, de 15 anos, e Jaqueline Dall’Acqua Rodrigues, desapareceram em Chapecó.

A nova análise dos restos mortais de Jaqueline foi possível graças ao uso de um avançado programa da Polícia Científica de Santa Catarina, que confirmou que o crânio pertencia à jovem. A perícia apontou fraturas na face e na região temporal esquerda, indicando uma morte violenta.

De acordo com o delegado Teske, o caso remonta ao desaparecimento das duas jovens em maio de 2018. Jaqueline e Francieli, que eram amigas, estavam juntas na véspera do crime.

No dia 12 de maio, Jaqueline foi vista na casa onde Francieli foi assassinada, e ambas desapareceram sem deixar rastros. Enquanto o corpo de Francieli foi encontrado ainda no dia 15 de maio de 2018, carbonizado às margens da SC-283, os restos mortais de Jaqueline só foram localizados no fim de 2019, sem identificação imediata.

Investigação da Polícia Civil de Chapecó aponta para suposto duplo homicídio – Foto: Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND

Conforme o delegado Moura, após a descoberta do corpo de Francieli, a investigação apontou para um suspeito de 27 anos, natural de Iraí, no Rio Grande do Sul, condenado pelo homicídio de Francieli em 2021.

A relação amorosa do condenado com Jaqueline, que também era amiga de Francieli, levanta suspeitas de que ele seja o autor do duplo homicídio. Na época do crime, ele mantinha um relacionamento com Jaqueline.

Conforme apontam as investigações, as duas jovens estavam em Chapecó na véspera do crime, quando o suspeito teria as levado até a casa de um familiar antes de cometer os assassinatos. Na época do crime, o acusado fugiu, mas foi capturado em setembro de 2018.

Com a confirmação da identidade de Jaqueline, as investigações foram reabertas para desvendar as circunstâncias de sua morte e confirmar se o mesmo criminoso também foi responsável por esse segundo assassinato.

Causa da morte de Francieli

Sobre a morte de Francieli, a perícia revelou que a causa foi uma perfuração no pescoço, possivelmente por um canivete encontrado queimado próximo ao corpo.

A vítima usava uma jaqueta com a bandeira dos Estados Unidos. Ao redor do corpo, foram localizados diversos objetos, incluindo uma bolsa, um martelo tipo cutelo e um colar da Chapecoense com três chaves, todos indicativos de que o crime foi executado com requintes de violência e planejamento.

Francieli usava uma jaqueta com o símbolo dos Estados Unidos da América do dia do crime, que pode ser um duplo homicídio – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND

A investigação revelou que o autor do crime teria amarrado e amordaçado Francieli antes de matá-la. Depois, teria enrolado o corpo em um cobertor, encontrado parcialmente queimado. Embora o corpo tenha sido localizado em Planalto Alegre, o homicídio teria ocorrido em Guatambu.

Na casa do suspeito, a polícia encontrou provas que o vinculavam ao crime, incluindo uma motocicleta correspondente a uma das chaves encontradas na cena do homicídio. Além disso, vestígios de sangue foram identificados em um dos quartos da casa, sugerindo que o assassinato tenha ocorrido naquele local.

Na casa do suspeito a polícia encontrou elementos que o ligavam ao crime de suposto duplo homicídio – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND

A identidade da segunda vítima

Enquanto o caso de Francieli foi concluído, a família de Jaqueline seguiu em busca de respostas. Em 19 de dezembro de 2019, um crânio humano foi encontrado em uma plantação de erva-mate próximo a Chapecó. Sem vestes ou objetos pessoais, sua identificação inicial foi impossibilitada.

Os restos mortais estavam em uma área relativamente próxima ao loteamento onde ocorreu o primeiro crime. Entre os restos mortais estavam um crânio, parte da mandíbula e outros fragmentos ósseos, já em avançado estado de decomposição.

Com o auxílio da Polícia Científica, foi possível identificar que o crânio pertencia a Jaqueline Rodrigues, apontando para suposto duplo homicídio – Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND

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