Arara-canindé foge de cativeiro e é resgatada em cidade do Vale do Itajaí

Nesta quarta-feira (5), uma arara-canindé foi resgatada pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), com o apoio do Zoobotânico, em Brusque, que assumiu o tratamento do animal. A ave foi avistada por moradores nos bairros Guarani e Primeiro de Maio ao longo da semana, chamando a atenção pela sua aparência dócil e comportamento incomum.

Arara-canindé é resgatada em área urbana de Brusque – Foto: Zoobotânico/Divulgação/ND

De acordo com Cristiano Olinger, superintendente da Fundema, os primeiros relatos sobre a presença da arara começaram a ser recebidos na terça-feira (4), quando os moradores informaram que a ave estava sobrevoando as árvores nas proximidades de suas residências. “Aparentemente, era um animal que tinha fugido de um cativeiro, pois era bem mansa. Iniciamos, então, uma operação de resgate em parceria com o Zoobotânico”, explicou Olinger.

Resgate da Arara-canindé

A equipe do Zoobotânico assumiu a responsabilidade pelo cuidado da arara, realizando uma avaliação clínica completa do animal. “Ela estava saudável, mas era evidente que se tratava de um animal de cativeiro. A alimentação dela provavelmente consistia em frutas, sementes e rações, o que inviabilizaria sua sobrevivência na natureza, já que ela não possui o instinto de caça.”, relatou a veterinária Milene Zapala.

Segundo a veterinária, a espécie Canindé é nativa da fauna brasileira, mas aparece predominantemente nas florestas amazônicas, e não é encontrada em regiões urbanas.

A arara recebeu os cuidados iniciais no recinto do Zoobotânico, que agora monitorará o comportamento do animal, sua alimentação e saúde geral. Se necessário, exames adicionais serão realizados para garantir o bem-estar da ave.

arara-canindé resgatada

Ave vai receber os devidos cuidados – Foto: Zoobotânico/Divulgação/ND

Autorização do IBAMA

Caso o criador da arara-canindé se apresente, será necessário que ele apresente a documentação exigida pelo Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (SISPASS), vinculado ao IBAMA, que regula a criação de aves silvestres em cativeiro. A situação será analisada conforme as normas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Arara-canindé é símbolo da biodiversidade brasileira

A arara-canindé é uma das espécies mais emblemáticas da fauna brasileira e é facilmente reconhecida por suas cores vibrantes. Com penas predominantemente azuis, com detalhes em amarelo e verde, ela é uma das araras mais belas e também uma das mais ameaçadas do Brasil.

Durante muito tempo, a espécie foi alvo do tráfico de animais, o que contribuiu para sua queda populacional. Além disso, as alterações no ambiente natural, como o desmatamento e as mudanças no uso da terra, reduziram seu território de maneira drástica.

Arara-canindé é símbolo brasileiro – Foto: Reprodução/ND

A reabilitação de araras-canindé resgatadas, como a que foi encontrada em Brusque, é crucial para a preservação da espécie. Quando criadas em cativeiro, essas aves perdem muitas das habilidades necessárias para a sobrevivência no ambiente selvagem, como o instinto de caça e a capacidade de se alimentar de forma autônoma.

Por isso, muitas vezes elas precisam passar por um processo de adaptação, incluindo acompanhamento médico, reeducação alimentar e reabilitação comportamental, antes de serem reintroduzidas no habitat natural, se possível.

Acesso ao Zoobotânico

O Zoobotânico fica localizado na Praça da Bandeira, no centro de Brusque e funciona de terça-feira a domingo, das 8h às 17h30.

O ingresso custa R$ 5 para estudantes, professores e crianças até 15 anos, e R$ 10 para adultos. A entrada é gratuita para crianças até 5 anos, guias turísticos com grupos de mais de 10 pessoas e motoristas de excursão.

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