Fé e tradição marcam a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes em Garopaba

A procissão marítima de Nossa Senhora dos Navegantes encerrou, no domingo (2), a tradicional festividade realizada anualmente em Garopaba. Durante três dias, fiéis participaram de celebrações religiosas, missas e eventos culturais em homenagem à santa, considerada protetora dos pescadores. Entre os participantes, a história de Marília emocionou os presentes. Há 35 anos, ela cumpre uma promessa de fé, após o filho sobreviver a um grave acidente. Neste ano, durante a procissão, um gesto simbólico definiu seu futuro: a decisão de morar em Garopaba.

Foto: Divulgação/PMG

Promessa de fé e um novo lar

Marília e o marido, Luiz, participaram da procissão carregando uma imagem da santa. Além disso, Marília levou consigo uma bolsinha com três papéis. No final do percurso, pediu ao esposo que escolhesse um. Ao abrir, o destino estava escrito: “Garopaba”. Segundo ela, o momento representou um sinal. O casal, que residia em Porto Alegre, decidiu mudar-se para a cidade e, há oito meses, vive no município. “Aqui é incrível. Um lugar tranquilo, em que estamos nos sentindo cada vez mais acolhidos”, disse.

A relação de Marília com Nossa Senhora dos Navegantes vem desde a infância. Sua avó lhe transmitiu a devoção após um episódio considerado um milagre pela família. “Quando bebê, tive crupe, uma doença rara, que, há 55 anos, era fatal para muitas crianças. Minha avó fez uma promessa, e no dia seguinte melhorei, surpreendendo os médicos”, contou. Aos 15 anos, ela participou da procissão vestida como Nossa Senhora, dando continuidade à tradição familiar.

Celebração e fé no mar

Neste ano, a festa centenária, realizada desde 1921, contou com uma ampla programação. A procissão terrestre abriu os eventos na sexta-feira (31), seguida de missas na Igreja Matriz e na Capela São Joaquim. O evento teve o apoio da Prefeitura de Garopaba e incluiu apresentações musicais na Praia Central, com destaque para a banda catarinense Iriê e artistas locais, como Trio da Terra, Zona MBG, Jô Reis, Karen Rosa, Douglas Ramos e Eduardo Cardoso.

A procissão marítima, ponto alto da celebração, reuniu embarcações enfeitadas e fiéis navegando em homenagem à santa. Entre eles, Miguel Asaaf, que comemorou seus 11 anos durante a travessia. Neto do pescador Antônio do Nascimento, conhecido como Tonho, o menino nasceu no dia da santa, o que reforçou ainda mais a fé da família. “Meu pai sempre disse que o nascimento do Miguel foi um milagre”, contou a mãe, Flávia Nascimento.

27ª edição da Corrida de Canoas mantém tradição

Além da programação religiosa, a tradicional Corrida de Canoas movimentou a Praia Central. A competição contou com a participação de 120 pescadores, que representaram diversas comunidades da região. No desafio, as embarcações percorreram 1.700 metros no mar, e o chumbereiro precisou correr para tocar o sino ao final do trajeto.

A canoa Camponesa, do bairro Capão, conquistou o bicampeonato, completando a prova em 6 minutos, 58 segundos e 3 centésimos. O patrão da equipe, Lúcio Botelho, comemorou a vitória. “Remamos demais! Hoje os rapazes tiraram a preguiça do couro e fomos campeões”, disse. Como premiação, foi dividido R$ 4 mil entre os participantes. A canoa Marilene, da Gamboa, ficou em segundo lugar, com o tempo de 7 minutos e 8 centésimos.

Foto: Divulgação/PMG

A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, além de reforçar a fé da comunidade, evidencia a tradição cultural e o vínculo dos pescadores com o mar. Para os participantes, a procissão vai além da religiosidade: é um momento de renovação e união entre os devotos.

Com informações da assessoria da Prefeitura de Garopaba.

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