Animal raro: zebra com bolinhas é avistada no Quênia e chama atenção de pesquisadores

O fotógrafo Frank Liu estava em busca de rinocerontes na Reserva Nacional Maasai Mara, no Quênia, quando percebeu um animal diferente dos padrões: um filhote de zebra com bolinhas brancas e pelagem escura.

Zebra com bolinhas andando em gramado verde

Zebra com bolinhas foi avistada no Quênia – Foto: Divulgação/ National Geographic/ND

“À primeira vista, ela parecia uma espécie completamente diferente”, comentou o fotógrafo que registrou o animal, encontrado junto de sua mãe em uma manada em 2019. O momento voltou a repercutir recentemente nas redes sociais.

Antony Tira, guia da reserva, foi quem avistou o animal pela primeira vez e deu a ele o nome de Tira. Segundo Frank Liu, é possível ter sido a primeira vez que uma zebra com bolinhas foi registrada no Maasai Mara. Alguns outros animais com características semelhantes foram vistos no delta do rio Okavango em Botsuana, na África Austral.

O biólogo Ren Larison, que estuda a evolução das listras das zebras na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, explicou que as bolinhas ocorrem por uma condição chamada pseudomelanismo, uma rara mutação genética que causa anormalidades no padrão de suas listras.

Esses animais também podem ter outras variações incomuns de cores, como o albinismo parcial, visto em uma zebra “loira” extremamente rara. O registro foi feito no início deste ano no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia.

Zebra com bolinhas? Entenda como isso é possível

O National Geographic comentou que células específicas chamadas melanócitos produzem melanina, os pigmentos vermelhos, amarelos, marrons ou pretos que determinam a cor das células capilares e da pele em mamíferos.

Segundo o geneticista Greg Barsh, os melanócitos nas zebras são distribuídos uniformemente por toda a pele. No da zebra com bolinhas, os melanócitos estão todos lá, mas a própria melanina, por algum motivo, não se manifesta corretamente como listras.

Zebra filhote com sua mãe

Animais possuem a condição chamada pseudomelanismo – Foto: Divulgação/ National Geographic/ND

Porém, o futuro de Tira ainda é debatido pelos pesquisadores, já que a maioria das zebras com coloração incomum não sobrevive por muito tempo.

“Pesquisas em outras espécies mostraram que embora seja mais difícil para um predador atingir um indivíduo em grupo, é mais fácil se o indivíduo for diferente”, comenta Ren Larison.

Listras podem servir como proteção contra mosquitos

Pesquisas também sugerem que as listras de zebra evoluíram para impedir as picadas de moscas. Experimentos em campo, por exemplo, mostraram que moscas que picam não gostam de pousar em superfícies listradas.

Se esse for o caso, Tira não terá tanto sucesso em repelir essas moscas – que podem transmitir doenças como a gripe equina – quanto uma zebra listrada comum, observa Tim Caro, biólogo da Universidade da Califórnia, Davis.

No entanto, se Tira sobreviver a este e outros obstáculos e chegar à idade adulta, não há razão para que ela não se encaixe no rebanho.

 

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