Morte do surfista Ricardinho completa 10 anos

A morte do surfista Ricardo Santos, o Ricardinho, completa 10 anos neste segunda-feira (20). O crime, cometido por um policial militar na época, chocou a Guarda do Embaú e houve comoção nacional, já que Ricardo dos Santos era um dos expoentes do surfe e nome reconhecido internacionalmente.

Ricardinho era especialista em surfar grandes ondas ao redor do mundo – Foto: Divulgação/ND

O ex-policial militar Luís Paulo Mota Brentano, preso em Joinville, tenta há anos diminuir a pena de 22 anos de reclusão e passou para 17,6 anos. A última movimentação do processo ocorreu em 2019, no STF.

O crime foi na manhã do dia 19 de janeiro. Após uma noite com bebida na praia ao lado do irmão, conforme relato do processo, Luís Paulo Mota Brentano, uma discussão na rua resultou em um tiro pelas costas de Ricardinho, segundo a perícia. O surfista foi levado para o Hospital Regional de São José, mas morreu no dia seguinte.

O ex-PM Luís Paulo Mota Brentano é acusado de matar o surfista Ricardinho, em 19 de janeiro de 2015 – Foto: Flávio Tin/Arquivo/ND

Tiros em Ricardinho

Os tiros atingiram diretamente órgãos vitais de Ricardinho, um na região do tórax (atravessando-o da lateral esquerda à direita) e outro na lombar (alojando-se na vértebra lombar, de trás para frente), ou seja, pelas costas. Apesar de alegar legítima defesa, Brentano foi julgado em júri popular no dia 16 de dezembro de 2016 e condenado a 22 anos de prisão em regime fechado, e oito meses de detenção em regime semiaberto por dirigir sob efeito de álcool.

Em dezembro de 2018, Brentano escreveu uma carta ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) solicitando um novo julgamento. Ele alegou que o resultado do júri poderia ser diferente se fosse realizado em um cidade fora da região litorânea de Santa Catarina, já que o fato de Ricardinho ser surfista causou comoção.