Polícia acredita que pai de menina desaparecida em Blumenau está recebendo ajuda 

A investigação da Polícia Civil descobriu novas informações sobre o caso da menina desaparecida em Blumenau. Bianca de Freitas Hasse, de 8 anos, foi vista pela última vez acompanhada do pai, em 1º de março, quando desembarcaram no Morro do Baú, em Ilhota.

Polícia acredita que pai de menina desaparecida em Blumenau está recebendo ajuda – Foto: Arquivo pessoal/ND

Em entrevista para o Cidade Alerta da Record, o delegado responsável pelo caso, Bruno Fernando, deu detalhes sobre as descobertas recentes, como o planejamento da fuga de Anderson Rafael Hasse e a suspeita dele estar recebendo ajuda de terceiros.

De acordo com o delegado, o pai planeja desaparecer com a filha há aproximadamente três meses, movido pela insatisfação de ter perdido a guarda dela.

“Inicialmente, ele estava com a guarda dela, mas no final de 2023, acabou perdendo, e aí ele relatou aos familiares dele e para amigos próximos que iria desaparecer com a Bianca, como forma de mantê-la próximo dele”, disse.

Por meio das investigações, a Polícia Civil descobriu que Anderson, nos últimos meses, vendeu um baixo na capital de São Paulo por R$ 10 mil, tendo insistido ao comprador para pagar em dinheiro, pois não queria que fosse depositado em conta bancária.

“Ele também comercializou um veículo que tinha. O valor foi vendido muito abaixo da tabela FIP e isso causou uma certa estranheza na família porque ele, em decorrência de um acidente de moto que teve no passado, necessitava desse veículo para locomoção”, explicou o delegado. Ainda conforme apurado, ele vendeu o carro por um terço de seu valor.

Com autorização da Justiça, a polícia apurou que ele realizou um empréstimo bancário no valor de R$ 30 mil. Na soma da venda dos instrumentos musicais, carro e com o empréstimo, o homem desapareceu com mais de R$ 60 mil.

Polícia acredita que pai conta com ajuda de outras pessoas

Bruno Fernando informou que a Polícia Civil acredita que o homem esteja recebendo auxílio de terceiros.

“Aproveitamos para ressaltar que toda e qualquer pessoa, familiares e amigos que estejam prestando apoio ao Anderson, independente da forma como esteja sendo feito, apenas comprando um alimento, dando uma carona ou cedendo uma moradia, a pessoa será responsabilizada pelos mesmos crimes”, afirmou o delegado.

Anderson e Bianca foram vistos pela última vez em 1º de março – Foto: Arquivo pessoal/ND

A DPCAMI (Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher, à Criança e ao Adolescente) comunicou que, devido à ausência de informação sobre o paradeiro da menina desaparecida em Blumenau, acredita-se que eles possam estar fora de Santa Catarina ou até mesmo do país.

A Polícia Civil representou pela prisão temporária de Anderson pelos crimes de sequestro, cárcere privado e desobediência. Após parecer favorável do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), a prisão foi deferida pelo Poder Judiciário pelo prazo de 30 dias.

Menina desaparecida em Blumenau deveria ter sido entregue em 5 de março

Bianca de Freitas Hasse, de 8 anos, deveria ter sido entregue à mãe em 5 de março, o que não aconteceu. O pai da menina tem direito de ficar com a filha a cada 15 dias. No dia 28 de fevereiro, ele buscou a criança, mas não a levou de volta para a mãe na data marcada.

Anderson, que atua como músico e é trabalhador autônomo, teria informado que iria para Piratuba com um grupo de amigos. Contudo, eles negaram esse encontro.

O homem e a mãe da menina ficaram juntos por 10 anos, mas já estão separados há mais de quatro anos. O advogado de Anderson relatou ao portal ND Mais que o pai teve a guarda da filha por mais de três anos, mas que foi revertida após o juiz entender que ele estava praticando alienação parental.

Alessandro de Jesus Mendes explicou que o caso aconteceu quando o pai era atendido por outro advogado. Não contente com a decisão judicial, Anderson resolveu apelar para o Tribunal de Justiça de Florianópolis, mas também não conseguiu reverter a situação.

No dia 14 de março, os Bombeiros Voluntários de Ilhota e um cachorro foram enviados para ajudar nas buscas da menina desaparecida em Blumenau. Uma estrutura foi montada no local em que pai e filha foram vistos pela última vez, no Morro do Baú, em Ilhota.

O comandante Carlos Rampelotti, do Corpo de Bombeiros Voluntários de Ilhota, explicou que a ajuda dos bombeiros foi solicitada pela Polícia Civil para uma varredura no Morro do Baú. Após horas de buscas pela menina desaparecida em Blumenau, não foram encontrados vestígios, sendo a procura encerrada no mesmo dia.