Operação Open House: duas pessoas são presas preventivamente por desvio de dinheiro público

Durante uma investigação contra desvio de bens e recursos públicos da prefeitura de Imbituba, no Sul do Estado, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos e duas pessoas foram presas preventivamente por crimes contra o erário na manhã dessa terça-feira (5).

Operação envolveu duas prisões preventivas e o uso de tornozeleira eletrônica – Foto: PCSC/Divulgação/ND

A Operação Open House foi deflagrada pela Polícias Civil de Imbituba, Laguna e Garopaba, Polícia Científica de Laguna, e a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna, que deram cumprimento aos mandados de busca e das cautelares, entre elas, a condução de dois investigados ao presídio para colocação de tornozeleira eletrônica.

Segundo a investigação, iniciada em 2023, dois funcionários públicos de um consórcio da cidade estariam desviando bens. Um deles realizava a solicitação de compra e a namorada fazia o encaminhamento das compras.

A primeira fase da operação foi deflagrada em junho, com o cumprimento de três ordens judiciais. Na ocasião, os policiais encontraram na casa dos investigados frigobares, celulares, aparelho condicionador de ar e outros objetos.

Após o cumprimentos das buscas, a polícia ainda constatou três aparelhos celulares, que segundo os suspeitos, foram encontrados em um armário da Secretaria de Administração.

Posteriormente, foi constatado que um dos aparelhos foi “plantado” no armário, possivelmente com o auxílio de outros funcionários. Conforme a polícia, uma das servidoras envolvidas, que foi alocada em outra secretaria, teve rendimentos duplicados depois da primeira operação.

O casal teria, ainda, comprado um terreno e conforme um investigado, pretendia construir uma mansão no local, ao que tudo indica com o uso de dinheiro público. Para isso, de acordo com a PC, teriam exigido a um funcionário da Secretaria de Infraestrutura vantagem indevida.

Por meio do funcionário, conseguiram o maquinário necessário para a terraplanagem do terreno, além da compra de paletes de blocos para colocar no local.

De acordo com a investigação, os dois também solicitaram vantagem para um empresário que possui contrato com o município e, assim, compraram um poste de cimento avaliado em cerca de R$2,8 mil.

Operação Open House

A operação foi batizada assim porque dois investigados pretendiam construir e inaugurar  uma “mansão” com uso de recursos públicos e obtendo “favores” (propina) de outros servidores e empresários que prestam serviços para o município.

Nota da prefeitura

Uma nota divulgada pela Prefeitura de Imbituba, na manhã de quarta-feira (6), informa que prefeito, Rosenvaldo da Silva Júnior, esteve reunido, no dia da operação (5), com Juliano Baesso, um dos delegados responsáveis pela Open House.

“A reunião serviu para mais esclarecimentos sobre o caso envolvendo os servidores da cidade. Cabe ressaltar que a Operação Open House surgiu de uma apuração feita pela própria controladoria do município de Imbituba”, descreveu a nota.

Ainda conforme o texto, após o encontro com o delegado, o prefeito se reuniu com a Controladoria Municipal e com a Procuradoria Geral para a definição de medidas administrativas que serão tomadas nos próximos dias.

“O município de Imbituba agradece o trabalho da Polícia Civil de Imbituba e comunica que continuará colaborando com as investigações”, concluiu o documento.